É muita emoção, cara! Falar de Nelson Rodrigues é precisar da vida inteira pra isso!
A primeira vez que ouvi falar em NELSON RODRIGUES foi em 1996 pela televisão. Passava uma minissérie na Globo chamada "A vida como ela é". Queria muito ver pelo menos um episódio, mas minha mãe nunca deixava, dizia que não era pra minha idade e que deveria ir dormir, pois tinha aula bem cedo. Depois disso, sempre vinha acompanhando, ora pela TV, ora por conta própria nas leituras que fazia, informações sobre sua vida e produção, principalmente pro teatro. De cara eu me apaixonei pela temática que ele tratava lendo "Perdoa-me por me traíres"e, obviamente, pelas suas frases soltas à base de pensamentos um tanto quanto 'socialmente indecentes'.
Depois de ler "Engraçadinha", "Vestido de noiva" e "A serpente", configurou-se pra mim um artista muito além daquilo que parecia no início, aliás, até então, o maior de todos. Eu precisava conhecer mais, saber mais sobre o cara que banalizou o sexo, desmascarou as instituições sociais, que critica as relações familiares e mostra sem pudor todas suas mazelas. Tive conhecimento, já na faculdade, de "Beijo no asfalto" e "Bonitinha mas ordinária". Esta segunda, eu mesmo em parceiria com o Antonio Soares defendemos em um seminário. Era curioso que meu amigo precisava de uma nota máxima e eu estava disposto a ajudá-lo e disse: "meu patrão, nós vamos tirar é 10 nesse trabalho, pode botar fé". E quanto tiramos? 10!!!!! (Deeeeeeeeez!!!) Como poderia tirar uma nota abaixo disso se a temática fazia parte dos meus prazeres desta vida? Foi linda nossa apresentação, momento muito significante em minha vida que nunca vou esquecer!
O trabalho feito sobre o Nelson
Rodrigues consegue unir a informação à erudição. Tudo isso de uma
maneira acessível, sensível, tranquila, interessante – numa linguagem
visual limpa, atraente. Ainda que aqui no Maranhão as homenagens são escassas, fico muito feliz em saber que outras cidades não esqueceram do anjo pornográfico. Eu sempre vou venerar, babar, falar e defender suas obras onde eu estiver, pois pra mim, ao lado do Carlos Drummond de Andrade (que também teve sua obra erótica) e Álvares de Azevedo, são os maiores escritores do nosso país. Queria que em São Luís as homenagens a ele fossem constantes também, como no Rio de Janeiro, mas, "o que dá sentido a existência é o registro", né? Absolutamente ele está vivo nos corações de quem aprecia arte, sobretudo de qualidade, como toda a produção do mestre!
Parabéns pelo centenário, Nelson Rodrigues!!!
Gênio, gênio, gênio, gênio, gênio..... Nao canso de dizer: Gênio!