Entre, puxe uma cadeira e sinta-se em casa

Espaço de reflexões e compartilhamento de ideias!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Perfeito

                                                        

                                                  "... Meu irmão diz
que não tenho jeito mesmo,
porque não sinto o prazer dos outros na
água do açude,
na comida, na manja,
e procuro inventar um prazer
que ninguém sentiu ainda.
Ele tem experiência de mato e de cidade,
sabe explorar os mundos, as horas.
Eu tropeço no possível,
e não desisto de fazer a descoberta
do que tem dentro da casca do impossível.
Um dia descubro.
Vai ser fácil, existente,
de pegar na mão e sentir.
Não sei o que é.
Não imagino forma, cor,
tamanho, nesse dia vou rir de todos.
Ou não.
A coisa que me espera,
não poderei mostrar a ninguém
Há de ser invisível para todo mundo, 
menos para mim
que de tanto procurar fiquei com
merecimento de achar e direito de esconder."
(Carlos Drummond de Andrade)

Estudar Drummond, poesia, deu nisso. Amo!

domingo, 5 de setembro de 2010

O que mais pode ser?

Perguntei pra uma amiga minha: - Você ama seu namorado? Ela: Eu não.
Perguntei pra uma outra: - Você ama seu marido? Ela: Amo nada.
Fiquei intrigado com tamanhas respostas, uma percebe-se até no jeito de se vestir e maquiar que se arruma para o namorado, fica nervosa, essas coisas de menina que tá apaixonada, a outra já tem até filho com o marido. Será que o sentimento maior em ambos os casos foram esquecidos? Tenho certeza que não, só não querem admitir pra si mesmas que a coisa existe, talvez por medo dessa pós-modernidade que banalizou o amor. Nesse caso, acho que a idealização da pessoa amada virou algo pessoal, egoísta. Será que o amor não é sempre um amor narcísico?

Ultimamente na faculdade estou estudando muito sobre o amor, as discussões estão interessantíssimas. Há quem diga que a culpa dessa falta de amor seja dos homens, o filósofo alemão Artur Shopenhaum concorda com isso e ressalva que o homem é puramente instinto, animalesco por sinal. Diz que só há uma união de dois seres de verdade quando um ser ainda é feto, e o casamento acaba com qualquer forma de amor. Concordo em parte. Me pergunto se a gente ama de verdade? Afinal o que é o amor? No rastro da sexualidade caminha o amor ou, como queiram, no rastro do amor caminha a sexualidade. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se a meta do amor é encontrar-se.

É, os exemplos que temos hoje de casais que se conheceram, namoraram, casaram e hoje são felizes são raros, mas, ao meu ver, não é motivo para se desacreditar no amor e abster-se dele, tenho pensamento formado sobre o mesmo e eu vou continuar sempre acreditando. Paz e principalmente Amor à todos!

Ps: Há uma música muito legal de uma banda chamada Velhas Virgens, "Amor é outra coisa", vale a pena ouvir, eles conceituam o amor de maneira cômica.